sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Freguesia Távora (Sta Maria)


Informação Sumária


Padroeira: Santa Maria.
Habitantes: 735 habitantes (I.N.E.2001 ) e 720 eleitores em 31-12-2003.
Actividades económicas: Agricultura e pequena indústria.
Festas e romarias: Nossa Senhora da Piedade (último sábado e domingo de Julho de cada ano), S. Pedro e Santíssimo Sacramento (2º domingo de Setembro).
Património cultural e edificado: Igreja pa­roquial, Capela de Nossa Senhora da Piedade, Capela de São João Baptista, e Casa da Comenda (c/ capela), Casa do Mato (com capela) e Casa da Cancela.
Outros locais de interesse turístico: Solar de Calvos (c/ capela), belezas ribeirinhas do rio Lima.
Gastronomia: Arroz de sarrabulho e sonhos de Jerimu.
Colectividades: Centro Recreativo e Cultural de Távora Santa Maria.

Resenha Histórica

Situada na margem direita do rio Lima, Távora - Santa Maria, ocupa uma área de cerca de 381 ha e dista cerca de 7 Km da sede do concelho. Tem por freguesias vizinhas: A Norte as Freguesias de Monte Redondo e Távora - São Vicente. A Sul, o rio Lima tendo na outra margem as Freguesias de Bravães e de Lavradas do Concelho de Ponte da Barca. A Nascente a Freguesia de Souto e a Poente as Freguesias de Távora - São Vicente e de Padreiro - Salvador.
Pela freguesia correm os ribeiros do Salgueiral e o do Côto.
A existência desta terra remonta aos primórdios da nacionalidade, sendo já citada no século XI, como “vila”, no inventário dos bens vimaranenses como pertença do Mosteiro de Guimarães.
Entre os seus lugares mais antigos conta-se o de Calvos, que foi couto e onde existiu um paço onde habitou Francisco Coelho Brandão.
A Quinta existente neste lugar, casa granítica de estilo senhorial com capela própria dedicada a Santa Isabel, está aberta ao turismo rural.
Consta ter existido no lugar de Calvos um pequeno tribunal de que não há hoje vestígios.
No livro “Terra de Valdevez e Montaria do Soajo” de Eugénio de Castro Caldas encontramos a seguinte referencia:
«Na freguesia de Távora existiu a Comenda da Ordem Militar dos Hospitaleiros, que D. Teresa doou ao Mosteiro de Leça, segundo refere Félix Alves Pereira em A Ermida Românica de São João Baptista de Távora (Valdevez). Refere ainda que (...) se os freires se não demoraram em construir a sede religiosa do seu domínio no Judicato de vale de vice (...) gravaram nos distéis das portas dizeres, onde bem pode soletrar-se data de uma das inscrições e essa fosse a que indicava a época em que foi edificada a Ermida de Távora, teríamos de remontar aos princípios do reinado de D. Sancho I.
Parece poder admitir-se a construção em 1190 e não somente pela sua antiguidade, como também pela estrutura relativamente bem conservada, mau grado o abandono a que se encontra entregue, que Félix Alves Pereira estudou com todo o pormenor, a Capela Românica de São João Baptista de Távora constitui um dos mais valiosos monumentos de Arcos de Valdevez e do Alto Minho. Com a extinção das ordens religiosas, a comenda, que nessa altura pertencia à Ordem de Malta, foi arrematada em 1841, juntamente com a casa que teria sido dos comendadores e as propriedades rústicas anexas, passando a património particular, situação em que hoje se mantém. A capela teria sido destinada ao culto nas fases iniciais, passando, depois da constituição da paróquia, a local de repouso, que se pretendia eterno, da glória de honrados comendadores, cujos túmulos por lá se encontram, agora dramaticamente esventrados.
Fazia parte da comenda de Távora, Santa Maria da Portela. Na verdade, as inquirições e D. Afonso III referem que a Freguesia do Extremo não é de el-rei, afirmando-se mais que «é couto por padrões», isto é, segundo Lourenço Alves, «fazia parte de uma circunscrição territorial, geralmente isenta, concedida pelo rei em benefício de pessoas eclesiásticas, não limitada por montes ou regatos, mas por marcos de pedra».
Na freguesia de Extremo, deste concelho dos Arcos de Valdevez, reza a sua história, pelas informações de Pinho Leal do Séc. XIX, que o comendador de Távora, da Ordem de Malta, apresentava o vigário, collado, que tinha trinta mil réis e o pé do altar.
No mesmo sentido do parágrafo anterior, mas em relação agora à Freguesia de Portela (Santo André) apresenta-se afirmação de Américo Costa que deu a saber que além de Santo André , a actual Freguesia de Portela abrangia ainda Nossa Senhora da Portela, que era vigairaria da Ordem de Malta por ser anexa à comenda da Távora da mesma Ordem. Fundiram-se Santo André e Santa Maria ( Nossa Senhora da Portela) numa única com a categoria de abadia.


( Fontes consultadas: Dicionário Enciclopédico das Freguesias, Inventário Colectivo dos Arquivos Paroquiais vol. II Norte Arquivos Nacionais/Torre do Tombo e Freguesias Autarcas do Século XXI, Terra de Valdevez e Montaria do Soajo).

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